quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Dança do ventre




A sua Origem...

Muita polêmica e incerta é a origem da Dança do Ventre. Ao pesquisar sua origem sempre se chega à seguinte conclusão: “Não há registros concretos que provem com exatidão e clareza, a origem da Dança do Ventre”. Em decorrência disso, dissertaremos baseadas em hipóteses e, ao mesmo tempo, em certezas.
No princípio, “os nomes reais” da Dança do Ventre eram:
- Dança Oriental, conhecida pelos orientais e nos países árabes. Todavia, o nome não é mais utilizado porque o termo ORIENTAL também designa países como Japão, China, que não fazem parte do contexto aqui mencionado.
- Racks el Chark, que significa Dança do Leste, local onde o sol nasce. É o oposto de tudo, desconhecido, pouco claro, em decorrência da noite, da escuridão. O Sol também é o alimento e a fonte de energia para tudo e todos.

O nome “Dança do Ventre” foi dado pelos Franceses para aquela dança na qual “a bailarina mexia o estômago e o quadril de forma voluptuosa, ao som de ritmos orientais”.
A Dança é uma das mais belas e antigas artes, pois através dela, o homem passa a perceber o seu corpo de maneira instintiva.
Há mais ou menos 12.000 anos, antes, inclusive, do antigo Egito, numa época remota, já existiam danças ritualistas feitas para algumas finalidades.
Havia, por exemplo, a dança da fecundidade, em que as mulheres ao redor das fogueiras –símbolo de luz e alimento para os primitivos -, balançavam o quadril, pulsavam o ventre e contorciam-se como serpentes, em louvor à Deusa-mãe. Existiam, também, danças com sacrifícios para oferendas, rituais culturais, funerais etc; feitos por tribos bárbaras e nômades, dos desertos.
No Antigo Egito a Dança Ritualística tinha um caráter Sagrado, intimamente ligado à história e aos costumes. Viver no Vale do Rio Nilo equivalia estar destinado a uma rotina e geografia extremamente simples. Para os egípcios, tudo estava baseado e apoiado na hierarquia de seus Deuses e suas crenças.
Assim sendo, Sacerdotisas Egípcias costumavam usar movimentos ondulatórios e batidas do ventre e do quadril para reverenciar Deuses como Ísis, Osíris, Hathor. Além disso, acredita-se que estes movimentos estavam associados à fertilidade, sendo praticados em rituais e cultos em Templos, homenageando a grande mãe pelo seu poder de dar e manter a vida.
Com a invasão dos árabes no Egito, e uma série de migrações em um período conturbado de guerras, a Dança do Ventre passou a ser conhecida por outros povos, que a adquiriram para a sua cultura e modificaram-na de acordo com suas crenças e desejos.
A primeira modificação foi a perda do caráter religioso. Por isso é tão difícil e complexo falar sobre esta dança que, devido ao seu histórico, em cada país possui um sentido e uma tendência.
A Dança do Ventre tem seguido um processo evolutivo e tem sido praticada em inúmeros tipos de cenários como, palácios, mercados, praças e até em bordéis. A sua história acompanha a da humanidade, e deste fato não se pode fugir. Ela promove uma ligação direta entre o folclórico, o improviso e a imaginação individual de cada bailarina; um equilíbrio entre a regra e a liberdade de expressar seus sentimentos e movimentos.
Apesar de toda imensidão que abrange, a Dança do Ventre é conhecida e considerada representante do mundo árabe e está intimamente ligada a sua música e seus ritmos de percussão. Ao contrário do que muitos imaginam, em cada ritmo árabe existe um componente primordial, que é a improvisação.
Por fim, vale ressaltar os nomes das grandes bailarinas árabes em que, de inúmeras formas contribuíram para a história da Racks el Chark: Tahia Carioca, Nadia Gamall, Sâmia Gamall, Nagwa Fuad, entre outras.
No Brasil, dentre inúmeros, contamos com dois nomes que, sem dúvida, também contribuíram para a história da Dança do Ventre: Shahrazade, a introdutora do Racks el Chark no País, e Samira, uma das grandes inovadoras e pioneiras da Dança.
Durante a dança um tipo de exaltação (lí,li,li,li...) é muito comum entre os povos das aldeias e daqueles que vivem nos desertos, também chamados beduínos. É uma espécie de aclamação à bailarina pela beleza de sua dança.
A verdadeira dança do ventre não deve ser confundida com a imagem publicitária que faz da bailarina um objeto sexual. A sensualidade existe, sem dúvida, mas envolta num clima de magia e misticismo sublimes.
É uma dança milenar, portanto, tem um peso cultural que merece ser respeitado.
Após esta viagem histórico-cultural, sejam bem-vindos ao mágico mundo da Racks el Chark.




Dança do Sete Véus



O véu na Dança Oriental Egípcia tem uma origem remota, acredita-se que foi introduzido para dar um ar de mistério na entrada da bailarina em cena. Assim como o véu, a dança com mais véus e, principalmente, a famosa Dança dos Sete Véus tem uma história pouco precisa.Ao pesquisar a origem da Dança dos Sete Véus acha-se muitas fontes diferentes com abordagens semelhantes, relacionando quase sempre os 7 véus com os 7 chackras e suas cores correspondentes.
Para mim, após estudar com profundidade a representação do véu na dança oriental, acredito que ao dançar os 7 véus, a bailarina entra em contato com sentimentos, bloqueios vencidos, couraças retiradas ao longo do seu processo de amadurecimento através da dança.
A retirada dos véus mostra a superação destes bloqueios que vão sendo vencidos com o tempo e a sua maturidade como pessoa e bailarina.
Devido ao tabu existente nesta dança, sempre que for apresentada, o público deve ser informado pelo apresentador ou através do programa de sua simbologia, valorizando a apresentação e evitando interpretações erradas.
O tamanho dos véus e a disposição deles no corpo da bailarina também é muito pessoal, há publicações conceituadas que definem tamanhos específicos e colocação determinada no corpo.
Como não é uma dança folclórica, a dança dos 7 véus possibilita que cada bailarina estabeleça como criar a sua coreografia, respeitando alguns critérios que são importantes nesta dança:
- Música instrumental de aproximadamente 8 minutos (para a retirada dos 7 véus com tranqüilidade);
- Roupa discreta e clara para ficar harmônica com as cores dos véus;
- Retirar cada véu de maneira delicada, porém rítmica para trazer mais dinâmica a esta dança e atrair a atenção do público;
- Dar maior destaque a alguns véus e deixar outros mais simples equilibrando a dança.
- Explorar giros, descidas, solos, cambrês, entregando-se com emoção a cada seqüência.
- Demonstrar através da música e da expressão a simbologia proposta na dança.
- Para montar a sua coreografia sugiro pesquisar alguns vídeos referentes ao assunto que podem ser encontrados através do Templo do Oriente.



Dança com véu




Este foi sem dúvida o elemento mais vistoso, introduzido na dança do ventre. Ele suscita mistério. A bailarina entra com o véu, realiza movimentos com o corpo combinados com os movimento com o véu, durante grande parte da sua actuação o que cria muita expectativa no público.




Dança do bastão



Teve origem no sul do Egipto, numa região chamada Alto Egipto. Onde os homens usavam como armas de defesas uns paus chamados “Tahtihbs”. Esta dança derivou de uma arte marcial em que se simula a luta com bastões. As mulheres começaram a dançar utilizando bastões, imitando essa “luta” dos homens.



Dança da espada




Tudo nos leva a crer que as pinturas de Gróeme, no sec. XIX, representando equilíbrio com a espada na cabeça, foram fonte de inspiração para as bailarinas introduzirem a espada nas suas danças. Mas também, se coloca a hipótese de Gróeme, se ter inspirado em alguma bailarina que equilibrava um espada na cabeça, para fazer essa pintura. A bailarina executa esta dança a um ritmo lento, mantendo o equilíbrio da espada sobre a cabeça, pernas, abdomem, etc…









Dança do Jarro



A principal evidência histórica na origem desta dança è conhecida pela cerimónias presididas por Faraós, junto do rio Nilo, para pedir ao próprio rio que inundasse as suas margens favorecendo as culturas. Esta dança pode ser também uma dança folclórica, pois a bailarina dança usando um jarro e representa a rotina dos beduínos, caminhando até ao oásis, onde descansa convivendo com outras mulheres e se refresca recolhendo água.
Nesta dança a bailarina precisa ter grande domínio na movimentação do bastão, combinando outras movimentações com suavidade e elegância. Aqui se destacam os movimentos de anca.



Dança da serpente





A serpente era um animal considerado sagrado e simbolizava a sabedoria. Habitualmente a bailarina dança com uma serpente em metal, por vezes ouro. Ao longo dos tempos e para enriquecer o espectáculo algumas bailarinas usavam cobras verdadeiras.
Por ser um animal que representa a sabedoria são usados pelas bailarinas movimentos serpenteantes e adornos que representam cobras.


Dança do pandeiro


Nesta dança a bailarina necessita coordenar os movimentos de ancas, peito, cabeça braços ao mesmo tempo que toca este instrumento, transmitindo muita energia e alegria. É uma dança de celebração de alegria e festa.



Dança do candelabro


Esta é uma dança alusiva tradição Egípcia das mulheres, para atravessar o deserto, segurarem nas suas cabeças os candelabros para iluminarem o caminho de todos. A luz das velas está relacionada com o místico, para iluminar o espaço dos espíritos e momentos de oração. Nos casamentos é frequente a bailarina apresentar esta dança, conduzindo o cortejo nupcial, no fundo iluminando o caminho dos noivos simbolizando luz e felicidade. È uma dança cujo ritmo utilizado é lento. A sua origem é Grega.
(Joyce)

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